Publicado por: Revista Fato, em 17/03/2020 - Categoria: COLUNAS
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A partir do século XXI, a depressão ganhou um espaço valoroso de discussão. Talvez porque tenha sido mais diagnosticada e, por isso, considerada uma doença “moderna”, porém, muitas vezes é confundida com estado deprimido, que é um sentimento de tristeza e, entender as diferenças, é fundamental para o diagnóstico precoce.
O estado deprimido seria uma tristeza momentânea e passageira, considerado saudável e até importante pelos médicos, pois ajuda na elaboração dos sofrimentos, ou perdas ocasionais. Pessoas atingidas pela ocorrência de perdas atravessam uma fase de sofrimento e angústia, que pode se prolongar por um determinado período de tempo, mas esse quadro vai se debilitando de maneira lenta e a vida vai retornando o ritmo normal.
Agora, se o estado deprimente não passa, e começam a surgir sentimentos de apatia, indiferença, desesperança, falta de perspectivas ou prazer pela vida, saiba que esses são alguns sintomas claros de depressão. Tais sintomas podem aparecer ou desaparecer de maneira leve e quase imperceptível, porém, é de grande importância saber que eles podem retornar. A depressão é doença séria, e quanto antes diagnosticado, melhor para o tratamento do paciente.
Primeiramente, depressão não é um estado de tristeza profunda nem desânimo, preguiça, estresse ou mau humor. Depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Mesmo assim, podemos considerar a depressão como natural período de transição. São tempos de mudanças e crescimento, épocas que antecedem novos horizontes de amadurecimento do ser em constante processo de evolução.
Para entendermos melhor essa variedade de sintomas depressivos, vamos considerar que, entre as pessoas, a depressão seria como uma bebedeira geral, onde cada pessoa alcoolizada ficasse de um jeito: uns alegres, outros tristes, irritados, engraçados, sonolentos… A única coisa que todos teriam em comum é o fato de estarem sob efeito do álcool, todos estariam tontos, com os reflexos diminuídos. Na depressão também. Cada personalidade se manifestará de uma maneira.
Na verdade, ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.
A depressão encontra-se classificada no Grupo das Doenças Afetivas, ou seja, aquelas que tem uma evolução cíclica, em que se alternam períodos depressivos com fases de absoluta sanidade. Ao contrário do que se possa pensar, essa não é uma doença moderna.
Os sintomas podem se manifestar de uma forma branda, e é comum o paciente procurar um clínico-geral, acreditando estar com falta de vitaminas ou alguma doença mais grave. Outros, simplesmente acreditam ser apenas mais uma “fase ruim” e não procuram ajuda, agravando ainda mais o problema. Indivíduos apresentando quadros leves, raramente procuram tratamento.
Ao falarmos sobre o estado deprimido, precisamos definir os tópicos que estinguem este sentimento da depressão.
– O estado deprimido é um estado intrínseco ao ser humano. Todas as pessoas estão sujeitas a estarem deprimidas. É a ausência de satisfação pessoal quando o indivíduo se depara com sua fragilidade.
– A depressão é a raiva e a vingança digerida na pessoa. Na prática, é uma tentativa de devolver para os outros, o que existe de pior em si.- O estado deprimido não chega aos limites citados na situação depressiva. Pelo contrário, é uma ferramenta valiosa para avaliação das metas de vida. Na infância, o modo de encarar as situações deprimentes, será definitivo para estabelecer a personalidade adulta.
– A forma deprimente é a recusa, a dificuldade em aceitar o “não” torna-se desmotivante e abala a autoestima. Por outro lado, a rejeição e a incapacidade frente a alguns obstáculos levam a quadros mais sérios e profundos da tristeza.
Agora que já sabe e conhece a diferença entre estado deprimido e depressão, evite rotular ou mesmo se auto-depreciar com pequenos problemas do cotidiano.