Os trabalhadores dos Correios dos municípios da Zona da Mata e Campo das Vertentes voltaram a trabalhar após uma greve nacional que durou 35 dias. A informação foi confirmada ao G1 nesta quarta-feira (23) pelo Sindicato dos Trabalhadores nos Correios em Juiz de Fora (Sintect/JFA), que atende mais de 120 cidades das regiões.
O fim da paralisação foi decidido durante assembleias realizadas na noite desta terça-feira (22) após determinação do Tribunal Superior do Trabalho de que a classe deveria retornar.
Na ocasião, o Tribunal Superior do Trabalho aprovou um reajuste de 2,6% para os funcionários. A maioria do tribunal também decidiu que a greve, iniciada no dia 17 de agosto, não foi abusiva. Com isso, metade dos dias não trabalhados será descontada do salário dos empregados. Já a outra deverá ser compensada.
O G1 ainda entrou em contato com a assessoria de imprensa dos Correios que enviou uma nota. Veja abaixo na íntegra.
Greve
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a greve foi deflagrada depois que os trabalhadores foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo, que estaria em vigência até 2021.
Em agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão do então presidente da Corte, Dias Toffoli, e suspendeu 70 das 79 cláusulas do acordo coletivo de trabalho dos trabalhadores dos Correios.
Durante a paralisação, os trabalhadores alegaram ainda que são contra a possível privatização da estatal e que há “negligência com a saúde dos trabalhadores” na pandemia de Covid-19.
Nota dos Correios
“Nessa terça-feira (22), a maior parte dos empregados dos Correios que havia aderido à paralisação parcial retornou ao trabalho. Segundo sistema de monitoramento da empresa, 92,7% dos empregados dos Correios trabalharam normalmente. A estatal aguarda o fechamento dos dados desta quarta-feira.
Os Correios seguem executando o plano de continuidade do negócio, com a realização de mutirões de entrega, inclusive em fins de semana e feriados, com o objetivo de reduzir os efeitos da paralisação parcial dos empregados à população. A empresa agora empreenderá todos os esforços para recompor os índices de eficiência dos produtos e serviços, considerados essenciais, nesse momento em que a população brasileira mais precisa. A empresa não fornece dados segmentados da operação porque essas informações variam constantemente.
A rede de atendimento permanece aberta e os serviços, inclusive o SEDEX e o PAC, continuam disponíveis. As postagens com hora marcada permanecem temporariamente suspensas – medida em vigor desde o anúncio da pandemia.
Com a compensação das horas não trabalhadas, medida determinada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a empresa ampliará a capacidade operacional e pretende normalizar o mais rápido possível o fluxo de entregas de cartas e encomendas, em todo país”.