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Ministro da Saúde admite dificuldade em fornecer segunda dose da CoronaVac

Governo federal orientou uso de todas as doses que chegassem a Estados e municípios, mas agora há dificuldade na obtenção de matéria-prima

Publicado por: , em 26/04/2021 - Categoria: BRASIL

Tempo de leitura: 3 minutos

Marcelo Queiroga admite dificuldade em fornecer segunda dose da CoronaVac para Estados e municípios | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (26) que tem encontrado dificuldade no fornecimento de matéria-prima para a fabricação da CoronaVac e, por consequência, alguns estados estão com dificuldade na aplicação da segunda dose.

No mês passado, o Ministério da Saúde orientou o uso de todas as doses da CoronaVac, mas o Instituto Butantan não tem recebido IFA suficiente para a produção de mais vacinas, resultando em atraso na fabricação do imunizante.

“Tem nos causado certa preocupação a CoronaVac, a segunda dose. Tem sido um pedido de governadores, de prefeitos, porque, se os senhores lembram, cerca de um mês atrás se liberou as segundas doses para que se aplicassem e agora, em face de retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa 2ª dose”, afirmou Marcelo Queiroga no Senado.

O ministro disse ainda que a inclusão de determinados grupos por decisão de estados e municípios no programa de vacinação contra a Covid-19 tem atrapalhado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. “Se nós respeitássemos o Programa Nacional de Imunizações conforme pactuado na [reunião] tripartite [ União, estados e municípios], ele seria melhor”.

“É até um apelo que eu faço. Nós sabemos que, no afã de contribuir com a vacinação, às vezes, se pressiona para botar um grupo prioritário ou outro. Todos têm razão em querer ter a vacinação o mais rápido possível, mas, às vezes, isso atrapalha o nosso PNI. Então, fazer com que o PNI tenha as decisões pactuadas na tripartite mantidas e com que, nos municípios, nos mais de cinco mil municípios do Brasil, ele seja cumprido é um desafio para todos nós”, afirmou, durante audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado.

Doses distribuídas e aplicadas

Queiroga criticou a polêmica entre doses distribuídas e as efetivamente aplicadas no país. Segundo o ministro, o vacinômetro do Ministério da Saúde aponta mais de 57 milhões de doses distribuídas e cerca de 37 milhões de doses aplicadas. Sobre a diferença de 20 milhões de doses, o ministro explicou que algumas são reservadas para segunda dose e estão guardadas. Disse ainda que outras não chegaram aos municípios, porque “há um retardo, um delay de cerca de 10 dias para que essas doses, uma vez entregues, sejam distribuídas para os municípios.

“O fato é que essa disparidade entre doses distribuídas e doses aplicadas tem gerado muita polêmica, muita polêmica em rede social, e tudo o que nós não precisamos neste momento é polêmica. Nós precisamos passar uma mensagem harmônica para a nossa sociedade”, ressaltou.

Óbitos

Sobre o Brasil já ter atingido este ano mais registro de óbitos pela covid-19 na comparação com todo o ano de 2020, o ministro da Saúde atribuiu ao fato da variante P1 do vírus, a de Manaus, ser mais contagiosa e também estar associada a uma maior letalidade. E defendeu a vacinação, aliada a outras medidas que considera fundamentais. “É claro que não é só a vacinação. Tenho, desde o primeiro dia em que assumi o cargo, reiterado a importância das chamadas medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras e o distanciamento social”, disse.

Matéria replicada do portal: O TEMPO