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Nova vacina da covid-19 será testada no Brasil com apoio de laboratório

Publicado por: , em 09/09/2020 - Categoria: BRASIL

Tempo de leitura: 3 minutos

Vacina: Dasa anunciou união com farmacêutica XX para desenvolver vacina no Brasil (Dado Ruvic/Reuters)

O laboratório brasileiro Dasa anunciou nesta quarta-feira, 9, uma parceria com a empresa americana Covaxx para o desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus. Segundo o laboratório, a parceria permitirá que a nova proteção seja testada nas fases 2/3 no Brasil até o final deste ano.

De acordo com Peter Diamandis, cofundador e vice-presidente da Covaxx, a vacina foi capaz de criar anticorpos neutralizantes robustos em testes pré-clínicos realizados com diferentes espécies de animais. “Enquanto o Brasil passa dos 4 milhões de casos, ter uma vacina eficaz é mais importante do que nunca”, afirmou Diamandis em uma coletiva de imprensa da qual EXAME participou. Diamandis também afirmou que a produção poderá ser feita em “larga escala” e que a distribuição acontecerá “no Brasil e no mundo”.

Os resultados, segundo a Covaxx, já foram apresentados em congressos e um manuscrito está sendo preparado para a publicação em revistas científicas.

A vacina candidata da Covaxx em parceria com a Dasa é baseada em peptídeos, que são cadeias pequenas de aminoácidos sintetizadas em laboratório, ou seja, não contém partículas do vírus. “Estamos muito confiantes nessa vacina e ela é feita para ser segura também em humanos”, disse Mei Mei Hu, presidente da Covaxx.

Os testes clínicos, segundo a Dasa, serão realizados em hospitais públicos e privados ao redor do Brasil até o final do ano. O laboratório está, no momento, definindo os protocolos que serão seguidos e como serão distribuídos os testes no país, focando na prevalência do vírus nos estados.

objetivo é ter os resultados de testes da fase 1 em novembro e começar a encontrar voluntários para as fases seguintes em dezembro — processo que deve durar de 12 a 24 meses para confirmar a eficácia da proteção.

Também foi realizado um acordo que fará com que as 10 milhões de primeiras doses sejam administradas por aqui, uma vez que a vacina for aprovada pelas agências reguladoras. “Garantimos 10 milhões de doses para Dasa e Mafra para distribuição ao mercado privado brasileiro, após aprovação dos órgãos reguladores. Destinaremos, ainda, outras 50 milhões de doses para o mercado público do país”, conta Hu.

Atualmente os testes de fase 1 estão sendo feito com 60 voluntários em Taiwan. A vacina será administrada em duas doses, com uma diferença de 28 dias entre a aplicação delas. Os resultados dessa fase de testes serão publicados já em novembro de 2020.

O anúncio acontece um dia depois de os testes da vacina da universidade britânica de Oxford em parceria com a anglo-sueca AstraZeneca terem sido pausados, inclusive no Brasil, onde a vacina estava sendo testada. Segundo a universidade, o teste clínico parou de acontecer após um voluntário ter apresentado efeitos colaterais graves.

A corrida pela cura

Nunca antes foi feito um esforço tão grande para a produção de uma vacina em um prazo tão curto — algumas empresas prometem que até o final do ano ou no máximo no início de 2021 já serão capazes de entregá-la para os países. A vacina do Ebola, considerada uma das mais rápidas em termos de produção, demorou cinco anos para ficar pronta e foi aprovada para uso nos Estados Unidos, por exemplo, somente no ano passado.

Matéria: Exame.com