Publicado por: Revista Fato, em 28/05/2020 - Categoria: SAúDE E BEM-ESTAR
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Por Valeska Amorim, G1 Minas — Belo Horizonte
Pesquisadores estão monitorando o ar de Belo Horizonte para traçar e conhecer a rota de transmissão e contágio do novo coronavírus. Os trabalhos começaram no início desta semana e os primeiros resultados serão colhidos nesta quinta-feira (28). O objetivo é apoiar o aperfeiçoamento das medidas de combate ao vírus. E os resultados podem mudar a forma de as pessoas de se protegerem.
O trabalho está sendo realizado pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), órgão vinculado à Comissão de Energia Nuclear (CNEN) e ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTIC).
Assim como foi feito em Wuhan, na China, epicentro da pandemia, os pesquisadores escolheram o interior e o entorno de um hospital, por ser um local onde já grande chances de encontrar o vírus. O hospital escolhido é particular e fica na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, mas não teve o nome divulgado.
O pesquisador explicou que, quando uma pessoa espirra, gotas de saliva têm peso suficiente para caírem. Ou, então, se evaporam. Elas podem se unir a partículas do ar, que podem ser carregadas pelo vento e viajar por distâncias muito maiores que a recomendada pelos órgãos de saúde – que recomendam que as pessoas se mantenham entre 1,5 m e 2 m umas das outras.
O trabalho está sendo inspirado no realizado em Wuhan. Lá, em 20 de abril, foi publicado um artigo anunciando o encontro desta partícula em dois hospitais.
Aqui em Belo Horizonte, a instalação do aparelho de monitoramento do ar foi feita na terça-feira (26). A coleta será nesta quinta (28) e os resultados devem sair dez dias depois. Eles serão encaminhados para o Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, parceiro do CDTN neste trabalho, para análise do conteúdo viral das amostras.
Os locais de monitoramento serão alterados durante a pesquisa. Caso encontrem esta rota de transmissão do novo coronavírus, o trabalho entrará numa segunda fase, que é a recomendação de novas medidas mais restritivas, como aconteceu na China.