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Profissionais de academias e studios de Ubá apresentam plano de retomada das atividades ao Município

Plano de ação tem como base protocolos de segurança baseado na ciência

Publicado por: , em 17/05/2020 - Categoria: CIDADE

Tempo de leitura: 7 minutos

O Advogado André Squizatto ao lado dos Educadores Físicos Ítalo Rocha, Sherley Ferreira e Leonardo Bretas após a reunião com a Prefeitura de Ubá. Foto: Arquivo Pessoal

Na última sexta-feira (15) um grupo de profissionais de academias e studios de Ubá reuniram-se com o Assessor do Prefeito, Flávio Monteze, com o intuito de apresentar o plano de retomada de seus estabelecimentos. De acordo com um dos representantes do grupo presente na reunião, o retorno das atividades se daria embasada em artigos científicos, determinando em como a atividade física é importante nesse período de pandemia e essencial, não apenas por força de decreto, mas pelo que produz para sociedade em nível de saúde física e mental.

“Como nos foi informado, Ubá aderiu ao Programa Minas Consciente e o decreto já estava pronto quando nos reunimos com o represente da Prefeitura. Recebemos a garantia de que tudo que foi apresentado e proposto será discutido durante essa semana, e que o município se pautará no melhor para a saúde da cidade. Sendo assim, acreditamos que temos muito a contribuir” relatou um dos representantes.

Medidas a serem adotadas na retomada das atividades

O Bacharel e Licenciado em Educação Física pela UFV (Universidade Federal de Viçosa), Leonardo Santana Bretas, explicou que a retomada das atividades em estúdios e academias em Ubá, caso seja liberada pelo poder público, será feita através de protocolos de segurança baseado na ciência.

“Inclusive, na reunião com o assessor do Prefeito, apresentamos uma cartilha de segurança e adequação do ambiente desenvolvida pela AcadBrasil (Associação das Academias do Brasil). Nosso protocolo foi validado pelas professoras, pesquisadoras e doutoras da área de biossegurança da USP, Anna Luiza de Fátima Pinho Lins Gryschek e Érica Gomes Pereira” disse.

Leonardo também explicou que o protocolo foi apresentado em Viçosa para o médico infectologista Dr. Alex Siminqueli e ao responsável pela área de biossegurança da UFV, o Professor e Doutor Cláudio Mafra, que deram um parecer favorável. “Nos prontificamos a deixar o protocolo mais rigoroso caso a Secretaria Municipal de Saúde discuta o plano conosco” destacou.

O Educador Físico ainda enfatizou que o plano de reabertura é embasado na ciência. “Apresentamos uma estratégia de controle dos alunos, onde podemos limitá-los e monitorá-los, como horário e contato, auxiliando-os no rastreio dos indivíduos que estiveram no mesmo ambiente, que será adequado ao novo normal. Não existirão mais academias cheias” relatou e complementou que cidades em Minas Gerais como Muriaé e Divinópolis que aderiram ao Programa Minas Consciente já reabriram suas academias.

A cartilha com os Procedimentos de Reabertura de Academias está disponível no link para conhecimento: https://www.acadbrasil.com.br/blog/coronavirus/cartilha-reabertura/

O impacto financeiro causado pela pandemia nas academias de Ubá

Reunião entre gestores e profissionais liberais do segmento de atividade física.

Em entrevista com o grupo de representantes dos profissionais de atividade física de Ubá foi concordância unânime quando abordamos o forte impacto financeiro da crise do novo coronavírus em seus estabelecimentos.

Segundo Leonardo, os studios e academias foram os primeiros a pararem e até hoje permanecem sem retomada. “Não conseguimos nem respirar, como foi possível para alguns setores. Como pode ser imaginado não possuímos liquidez para tanto tempo e o que se tem observado em nossas reuniões é que 90% dos studios, academias e box fecharão suas portas em definitivo, muitos já no final deste mês” declarou.

A Educadora Física, Virgínia Bicalho, Bacharel e Licenciatura pela UNIFAGOC relatou que o aperto financeiro está sendo inevitável. “Já se passaram dois meses e tem apertado cada vez mais. Acredito que se mais em algumas semanas nada se resolver, será inviável manter o negócio, devido ao elevado valor dos alugueis”.

A Bacharel e Licenciada em Educação Física também pela UNIFAGOC, Any Lima, declarou que em seu studio já são cinco pessoas desempregadas (…), “pois não consigo arcar com o salário dos meus funcionários” desabafa.

De acordo com informações que nos foi repassada pelo grupo, os proprietários das academias e studios e profissionais liberais não possuem nenhum tipo de auxílio de qualquer órgão ou sindicato. “A única contribuição que possuíamos era o auxílio emergencial que foi liberado aos profissionais autônomos e MEI, mas até isso o governo cortou nessa última semana. Profissionais da área que estão parados a mais de quarenta dias e agora nem com esse auxílio podem contar, correm o risco de passar fome” complementou Leonardo.

A importância da atividade física durante a Covid-19

Cuidar da saúde, especialmente nesse momento de pandemia é substancial e esse é um dos motivos pelo qual os profissionais se reuniram em Ubá a fim de criarem um movimento no sentido de fazer o poder público entenderem a importância da liberação das atividades de academias e studios.

Segundo Leonardo, os educadores físicos atuam na prevenção de doenças e não na cura. “Preparamos os indivíduos para que seu sistema imune esteja em condições de combater muitas doenças infecciosas”.

O profissional em atividade física declara que quando se fala de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, cardiopatias, doenças respiratórias, dentre outras, fala-se de 72% da mortalidade em nosso país.

“São exatamente essas doenças que correm o maior risco nesse momento. Com a atividade física temos um potencial de reduzir as internações e liberar os leitos para quem precisa. Como dados da exposição de periódico, a diabetes agrava 4 vezes mais o grau de internação em UTI com pacientes com coronavirus. Ou seja, pessoas que estavam condicionadas estão ficando cada vez menos preparadas e o risco só tende a aumentar. Atividade física é saúde e deve ser utilizada como plano de preparo da população” declarou.

Se reinventando durante a crise

Muitos setores tiveram que se adaptar as condições impostas pelo momento delicado que estamos passando e com o segmento de condicionamento físico não foi diferente. No entanto, os profissionais alegam que o trabalho que executam fica muito limitado através do home office.

Segundo Virgínia, no início da pandemia, ela tentou o formato home office para atender a demanda de seus alunos, porém, teve muita dificuldade, pois a maioria são sedentários e não se exercitavam em casa.

“Com o passar das semanas ficou inviável ficar em casa vendo a grana acabar. O jeito foi dar as caras no mundo e iniciar um atendimento delivery. Hoje, tenho atendido algumas famílias em suas residências, o que salvou o meu financeiro para as despesas pessoais” declarou.

No caso de Any, o grande número de alunos não se adaptou aos treinos em casa e as aulas online. Ela afirma que o convívio e o prazer de estar dentro de um ambiente agradável é o que faz com que seus clientes procurem por seu Studio (…), “além de todo o trabalho que fazemos de correção e preocupação com a qualidade dos movimentos executados dos exercícios”.

A adesão dos alunos na retomada das academias

Leonardo relata que muitos dos seus alunos pedem o retorno das atividades. Ele afirma que há uma pesquisa a nível nacional que detecta que 99% de praticantes querem retornar. Ele ainda reforça que há também outro estudo que inclui países do continente Asiático e da União Europeia que diz que 50% das pessoas pretendem fazer atividade física assim que possível, pois entenderam a necessidade de estarem bem preparadas para enfrentar uma situação como essa.

“Ainda complementando que a China, logo após o controle em seu território, desenvolveu um programa de atividade física em massa, pois o que se observa é que com o sistema imunológico preparado os impactos da doença são bem menores” destacou.

No caso de Virgínia, ela diz que o seu atendimento sempre foi restrito a no máximo quatro pessoas por horário e que seus alunos possuem a compreensão que o seu ambiente pode ser muito bem controlado. “A maioria deseja retornar, pois necessitam da atividade física”.

“Fiz uma pesquisa com os meus alunos e 50% afirmaram que retornariam, 20% estão com medo e preferem esperar esse momento passar e 30% perderam o emprego e por esse motivo irão parar até que consiga outro trabalho” complementou Any.

Leonardo encerrou a entrevista reforçando que um plano embasado na ciência foi apresentado às autoridades do Município: “A todos que acreditam que não devemos abrir, estamos à disposição para discutir em cima de dados científicos. “Achismo” não cabe em nossa discussão”.

O Educador Físico ainda reforçou que o grupo está disposto a ajudar. Inclusive, declarou que foi apresentado ao município um projeto em conjunto, com o objetivo de alcançar todas as camadas da sociedade. “Estamos oferecendo nosso conhecimento e tempo na elaboração de vídeos educacionais e de conscientização, bem como, aulas preparadas para grupos específicos. Esses vídeos estariam à disposição de todos através dos meios de comunicação digitais da prefeitura” encerrou.

Conheça os profissionais que compõe o grupo de Educadores Físico que estão a frente das tentativas de retomada de suas atividades:

Ítalo Souza Rocha
. Bacharel em Educação Física, UFV
. Pós-graduado e especialista em Bodybuilding Coach, UNIGUAÇU
. CREF 027211-G/MG

Virgínia M. Bicalho
Bacharel e licenciatura pela Fagoc
P9s graduada em treinamento desportivo e personal trainer pela Fagoc
Cref 017864-G/MG

Filipe Gonçalves de Souza
Bacharel e Licenciado em Educação Física pela FAGOC pós graduação em Treinamento desportivo e Personal Trainer !
Graduando em Bacharel em Fisioterapia 7° Período UNIPAC

Any Lima

Bacharel e Licenciado em Educação Física FAGOC, pós graduação em treinamento funcional e personalizado pela UniFOA e atualmente estudante do 4° período de Nutrição UNOPAR.

Sherley Ferreira

Bacharel e licenciado em Educação Física UFV, Mestre Ciência da Nutrição UFV, Certificação Internacional Functional Movement Screen.

Leonardo Santana Bretas
Bacharel e licenciado em Educação física pela UFV pós graduação em exercício físico aplicado a reabilitação cardíaca e grupos especiais pela universidade Gama filho
CREF 17421-g/mg