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Um a cada cinco pacientes internados nas UTIs de Minas tem Covid-19 ou suspeita

Taxa de ocupação dos leitos acelera de 68,9% para 75,2% em quatro semanas; governador Romeu Zema pede que população não relaxe nas medidas de combate à doença

Publicado por: , em 17/06/2020 - Categoria: MINAS GERAIS

Tempo de leitura: 2 minutos

Um a cada cinco pacientes internados nas UTIs de Minas tem Covid-19 ou suspeita. Foto: Douglas Magno / AFP

Um a cada cinco pacientes das UTIs em Minas Gerais está internado com Covid-19 ou suspeita. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), das 2.126 pessoas hospitalizadas em unidades de terapia intensiva, 417 têm o coronavírus envolvido no diagnóstico. Nas enfermarias, a presença da doença nos leitos é menor, com 12,8% das 8.945 hospitalizações, ou seja, 1.153 pacientes.

Hoje, apenas um quarto das vagas de UTI pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está disponível no Estado, que conta com 2.827 leitos. Há um mês, 68,9% estavam ocupados. Na semana passada, eram 70,4%. Agora, essa taxa já atingiu 75,2%.

A aceleração da ocupação, exatamente num momento em que Minas Gerais registra recorde de casos e mortes, acende um alerta no governo, que já começa a voltar atrás na reabertura do comércio, em macrorregiões onde o número de casos está crescendo mais rápido, como Norte e Centro.

Só na última quarta-feira (17), foram 35 mortes e 1.323 novos casos em 24 horas, um recorde para o Estado, que registra 537 óbitos e 23.347 diagnósticos positivos. O governador Romeu Zema (Novo) lamentou os números, prestou solidariedade às famílias das vítimas e fez um apelo aos mineiros. “Não podemos brincar com esse inimigo que, aqui em Minas Gerais, já ceifou mais de 530 vidas. Não dá para brincar, temos que lembrar que ainda estamos antes do pico e, quando nós falarmos que vai parar de crescer, aí sim podemos começar a rever os hábitos. Mas até lá, todo cuidado é pouco. Peço a todos, principalmente aqueles do grupo de risco, que não facilitem”, afirma Zema.

Segundo o governador, Minas é o segundo Estado com menos mortes, atrás apenas do Mato Grosso do Sul. Entretanto, a posição não é motivo para relaxamento da população. “Queremos que Minas saia dessa crise como um dos Estados que melhor lidou com essa situação. Então, na reunião do comitê (de enfrentamento da doença), ficou deliberado que nas macrorregiões Norte e Centro, onde a velocidade de transmissão cresceu muito, o programa Minas Consciente vai recuar”, afirma.

O programa Minas Consciente apresenta um plano de reabertura gradual do comércio e, entre os parâmetros, a contaminação e a taxa de ocupação dos leitos definem o avanço ou não da flexibilização.

Em Minas, o pico da doença é esperado para meados de julho. Segundo o governador, a expectativa é que não seja necessário adotar o lockdown. “Estamos atentos, temos alertado os prefeitos onde a curva nos preocupa mais. Quero pedir esse esforço, pois não falta tanto para chegarmos ao pico. Essas próximas quatro ou cinco semanas teremos que ter muito cuidado, pois, se passarmos bem por esse período, teremos um horizonte mais seguro”, comenta Zema.