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Zona da Mata e Vertentes mantêm 15 casos suspeitos de reinfecção de Covid-19 em atualização da SES-MG

Além disso, outros 10 exames deram inconclusivos nas duas regiões. Veja mais informações.

Publicado por: , em 20/05/2021 - Categoria: ZONA DA MATA

Tempo de leitura: 6 minutos

Imagens de microscópio mostram partículas do coronavírus que causam a Covid-19 — Foto: NIAID-RML via AP

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou nesta quarta-feira (19) um novo boletim epidemiológico sobre os casos suspeitos de reinfecção em Minas Gerais. Nas regiões da Zona da Mata e Campo das Vertentes, não foram registradas mudanças em relação ao último informativo. Com isso, seguem 15 notificações em averiguação.

Além disso, outros 10 exames deram inconclusivos nos municípios das duas regiões. Veja mais abaixo o que se sabe sobre reinfecção pelo coronavírus.

De acordo com os dados, o município de Leopoldina tem três casos em apuração. Já Chácara, Cataguases, Ubá, Muriaé, dois; Goianá, Barbacena, Paula Cândido e Juiz de Fora, um em cada.

Confira abaixo a tabela completa com informações na Zona da Mata e Vertentes:

Casos de reinfecção nas regiões

Municípios Em investigação Inconclusivo
Barbacena 1 2
Cipotânea 1
Chácara 2
Goianá 1 1
Juiz de Fora 1
Rio Preto 1
Santana do Deserto 1
Além Paraíba 1
Cataguases 2
Leopoldina 3
Paula Cândido 1
Viçosa 1
Muriaé 2
Ubá 2 2
Total 15 10
Estado

De acordo com a SES-MG, já foram 336 casos notificados de reinfecção desde o início da pandemia em Minas Gerais, sendo que dois foram descartados, um confirmado em Sabará e 181 considerados inconclusivos “devido à falta de dados que permitissem a investigação”. Os outros 152 são os que seguem em apuração.

Como os casos são investigados em MG?

As investigações de reinfecção são realizadas por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e regionais de saúde.

Pelo protocolo, a SES-MG considera casos suspeitos de reinfecção aqueles em que a pessoa apresentou novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente.

Reinfecção por coronavírus: veja o que se sabe sobre pacientes contaminados pela 2ª vez

Abaixo, em tópicos, o G1 reúne o que as pesquisas e as diretrizes mais recentes dos órgãos de saúde apontam sobre o tema.

  1. O que é a reinfecção?
  2. O que é preciso para atestar um caso de reinfecção?
  3. A reinfecção é comum apenas para o Sars-Cov-2?
  4. Dois testes positivos são suficientes para atestar a reinfecção?
  5. Quais os casos de reinfecção confirmados pelo mundo?
  6. Há casos de reinfecção confirmados no Brasil?
1 – O que é a reinfecção?

A reinfecção acontece quando a pessoa se recupera da Covid-19 e tempos depois ela adoece novamente. Para confirmar a recontaminação, é preciso provar que o código genético do primeiro vírus é diferente do segundo. O código genético é como se fosse uma impressão digital do vírus.

“Você só pode considerar de fato reinfecção quando você tem o sequenciamento das amostras dos dois vírus da infecção”, explica a epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin, Denise Garrett.

2 – O que define um caso de reinfecção?

No fim de outubro, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica com regras para a definição de casos suspeitos de reinfecção. Para que isso seja caracterizado, o indivíduo precisará de dois resultados positivos de RT-PCR, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios, independentemente da condição clínica. O outro ponto é a conservação adequada das amostras.

“A reinfecção por cepas homólogas é uma possibilidade, mas no atual cenário, e em virtude do conhecimento de que o SARS-CoV-2 pode provocar eventualmente infecções por períodos prolongados de alguns meses, faz-se necessário determinar critérios de confirmação, como sequenciamento genômico, para comprovação de que se tratam de infecções em episódios diversos, por cepas virais diferentes”, diz a nota.

3 – A reinfecção é comum apenas para o Sars-Cov-2?

Denise Garrett diz que os casos de reinfecção já eram conhecidos entre pacientes infectados por outros coronavírus comuns. Vírus que causam infecções das vias respiratórias, como a Covid-19, podem ocorrer duas ou mais vezes.

4 – Dois testes positivos são suficientes para atestar a reinfecção?

A imunologista e professora da Faculdade de Medicina e do Instituto de Medicina Tropical da USP, Ester Sabino, explica que o teste RT-PCR (teste que coleta o material da garganta e do nariz do paciente com um cotonete) positivo duas vezes não indica a reinfecção.

“Nós sabemos que reinfecção acontece, mas a ciência não conseguiu definir com qual frequência ela acontece. Os estudos usam métodos complexos para comprovar a reinfecção. É preciso sequenciar os vírus e eles precisam ser de cepas diferentes” – Ester Sabino, imunologista

 

Confirmar reinfecções acaba sendo difícil porque, na maioria das vezes, os cientistas não sabem o código genético do vírus que contaminou a pessoa pela primeira vez, para, então, compará-lo com o código do segundo vírus.

“Para provar a reinfecção precisamos sequenciar o genoma do vírus. Esse teste é complicado, especializado. Por isso, é raro conseguir provar que é uma reinfecção”, explica Garrett.

“É difícil separar os casos de pessoas que ficam com o PCR positivo prolongado, de pessoas que ficaram com o vírus e ele reapareceu, ou se realmente a pessoa pegou de novo”, completa Sabino.

Matéria replicada do portal: G1 Zona da Mata