Publicado por: Revista Fato, em 22/06/2020 - Categoria: MINAS GERAIS
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O sexto mês do ano tornou-se o pior da pandemia de coronavírus em Minas Gerais até o momento. Estatísticas da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) publicadas nesta segunda-feira (22) apontam que cerca de 18 mil dos 28 mil infectados aqui existentes receberam confirmação para a doença neste mês de junho, o que significa que mais da metade dos casos em Minas Gerais foram confirmados apenas nas últimas três semanas. Com as mortes causadas pela infecção, o quadro é semelhante: o Estado concentra, hoje, 688 óbitos em função da Covid-19, sendo que 410 deles receberam confirmação da SES-MG apenas no sexto mês do ano – as outras 278 mortes foram confirmadas entre março e 31 de maio.
Relatório mais recente da Saúde detalha que são 28.918 infectados em Minas Gerais nesta segunda-feira, cerca de 1.200 a mais que no domingo (21). Este é o nono dia em que o Estado contabiliza mais de mil casos novos em apenas 24 horas. A primeira vez em que o triste feito foi alcançado aconteceu em 3 de junho. O número de óbitos também cresceu nas últimas 24 horas, são 688 nesta manhã, 27 a mais que as 661 contabilizadas na véspera.
A interiorização da pandemia pelos municípios mineiros também chama a atenção. Seiscentas e trinta e seis cidades existentes na região declararam ter pelo menos um infectado com a Covid-19 – significa que a doença alcançou cerca de 75% dos municípios de Minas. Além disso, as mortes não estão concentradas em uma única região e há registros de óbitos em 185 cidades mineiras, o que corresponde a um índice de letalidade de 2,4%. A doença atinge de forma fatal principalmente aquelas pessoas com idades acima de 60 anos e que apresentam comorbidades como hipertensão, doença cardiovascular e diabetes.
Preocupação
A situação de alguns municípios, como Belo Horizonte e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, tornou-se mais preocupante após o começo do mês de junho. A capital mineira concentra a maior quantidade de infectados em Minas Gerais, como também o maior número de óbitos – que beira nesta segunda-feira a marca de cem moradores falecidos em função do coronavírus.
Há exatas três semanas, eram 49 mortes ao invés de 96, e apenas 1.833 moradores haviam testado positivo para a infecção. À época, a cidade acabara de iniciar a reabertura do comércio. A primeira etapa da retomada econômica aconteceu ainda em 25 de maio, a segunda apenas em 8 de junho e, desde então, a capital mineira não pôde mais avançar no processo em função do aumento na quantidade de casos e na taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados a tratamento de pacientes com Covid-19.
O quadro não é menos dramático em Uberlândia que, segundo dados do Estado, é a segunda cidade mineira com maior número de moradores diagnosticados com o coronavírus. São 2.666 de acordo com a pasta, e 51 óbitos ocorridos na cidade. Entretanto, a prefeitura do município do Triângulo Mineiro apresentou neste domingo (21) dados bem diferentes dos apontados pela SES-MG nesta manhã. De acordo com balanço municipal, são 5.482 casos confirmados na cidade e 79 óbitos. A ocupação dos leitos de UTI da rede pública está tão acentuada na cidade que o município decidiu restringir o comércio a partir desta segunda-feira, como uma tentativa para evitar um lockdown.