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Gasolina com novo padrão passa a valer nesta segunda; veja perguntas e respostas

Petrobras, responsável pela produção de cerca de 90% do combustível vendido no Brasil, diz que já segue novas especificações 'há meses'.

Publicado por: , em 03/08/2020 - Categoria: BRASIL

Tempo de leitura: 10 minutos

Nova gasolina estreia no Brasil em agosto Foto: Marcelo D. Sants/Framephoto/Estadão Conteúdo

A partir desta segunda-feira (3), a gasolina vendida no Brasil deverá seguir novas especificações. Com as novidades, especialistas afirmam que o combustível ganhou em qualidade, e está mais próximo do padrão europeu, ainda que isso possa pesar mais no bolso na hora de abastecer.

As mudanças valem para a gasolina do tipo C (comum) e premium, aquela indicada pelas fabricantes de carros esportivos. A Petrobras, responsável pela produção de cerca de 90% da gasolina vendida no Brasil, diz que já segue os novos parâmetros, inclusive no padrão que só entrará em vigor em 2022.

G1 entrevistou especialistas e profissionais da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Petrobras e traz uma série de perguntas e respostas sobre o tema:

  1. O que mudou na gasolina?
  2. Como sei se estou abastecendo com a nova gasolina?
  3. Meu carro vai ficar mais econômico?
  4. Vou gastar mais para abastecer o carro?
  5. Carros mais antigos também serão beneficiados?
  6. Vai ficar mais difícil adulterar a gasolina?
  7. Até quando os postos poderão vender a “velha” gasolina?
  8. Haverá mudanças na porcentagem de etanol?
  9. Como fica a gasolina premium?

1. O que mudou na gasolina?

Há 3 novidades nos parâmetros da gasolina. Um deles é a exigência de uma massa específica mínima.

A massa específica, ou densidade, é a quantidade de uma substância em um determinado volume. Para a gasolina, o padrão mínimo é 715 kg/m³. Isso significa que cada litro de gasolina deve pesar, no mínimo, 715 gramas. Antes, não havia um indicador.

De acordo com Everton Lopes, mentor de tecnologia em energia da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), “quando a massa específica é muito baixa, há menor conteúdo energético por litro, então o consumo aumenta”.

A segunda novidade é a mudança no método de contagem da octanagem da gasolina.

A octanagem é o nível de resistência da gasolina à compressão no motor. Quando a mistura de gasolina com ar entra na câmara de combustão, o pistão faz um movimento de compressão, até que a vela solta uma faísca que promove a explosão.

“Tínhamos um padrão parecido com o dos EUA. Medíamos o IAD (índice antidetonante), que é a média entre MON e RON”, disse Alex Rodrigues Medeiros, especialista em regulação da ANP.

O IAD exigido para a gasolina brasileira era de 87 octanos. Agora, segundo as novas regras, a gasolina deve ter 92 octanos, de acordo com a metodologia RON. A partir de 2022, o RON exigido sobe mais um pouco, chegando a 93 octanos.