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Governo de Minas elabora protocolo de lockdown em meio a escalada da pandemia

Chefe de gabinete da Secretaria de Saúde afirmou que fechamento não seria para o Estado inteiro, mas para alguns municípios mineiros

Publicado por: , em 19/06/2020 - Categoria: MINAS GERAIS

Tempo de leitura: 3 minutos

Estado trabalha em protocolo de lockdown há cerca de dez dias | Foto: Alex de Jesus / O Tempo

O governo de Minas Gerais trabalha em um protocolo de lockdown para municípios mineiros, enquanto curva de casos no Estado caminha para o pico da pandemia, até então previsto para o dia 15 de julho.

“Há cerca de dez dias, começamos a criação do protocolo para lockdown, que esperamos não usar. Não é para o Estado todo, mas estamos desenvolvendo, junto com a polícia, a Defesa Civil e os bombeiros, o que deveria acontecer caso houvesse necessidade de restringir as atividades e o nosso ir e vir de forma mais efetiva do que a onda verde do programa Minas Consciente”, disse o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), João Pinho, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (19). A onda verde do programa Minas Consciente — na qual se enquadra a maior parte dos municípios mineiros — estabelece abertura apenas das atividades essenciais.

“Quando falamos na possibilidade do lockdown, é por municípios. Não conseguiríamos, se fosse necessário, fazer lockdown no Estado inteiro, até porque cada região tem seu comportamento e sua situação. Já regiões melhores que outras, hoje. O protocolo terá foco no município. Acompanharíamos e, caso fosse necessário, esse protocolo viria a ser efetivado”, continuou Pinho.

Como tem sido recorrente nas últimas coletivas de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Pinho lamentou que nem todos os municípios do Estado tenham aderido ao programa Minas Consciente. “Infelizmente, vemos que alguns municípios não seguiram nossas orientações e fizeram suas decisões sobre flexibilização de atividades econômicas. Entendemos que é prerrogativa deles e que os municípios têm autonomia, mas alguns movimentos, infelizmente, não foram suficientes e vemos aceleração da pandemia”.

Na quarta-feira (17), o secretário geral do governo de Minas, Mateus Simões, responsabilizou prefeitos por aumento de casos da Covid-19 na região metropolitana de BH— a própria capital não aderiu ao Minas Consciente. Em nota, Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) rebateu que o aumento de casos não tem relação com não ter aderido ao programa e que “lamenta que pessoas utilizem a pandemia para fins políticos”.

A reportagem questionou a SES-MG se o Estado poderia obrigar municípios a entrar em lockdown e se apenas as cidades que aderirem ao Minas Consciente receberão a recomendação do fechamento e aguarda retorno.

Ocupação de leitos de UTI em Minas aumenta e alcança 88%

A ocupação de leitos de UTI no Estado aumentou cerca de 16 pontos percentuais, segundo o secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral. Ela passou de cerca de 72% para 88%. Nem todos os leitos, entretanto, são ocupados por pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 — a ocupação por esses pacientes é de aproximadamente 10%.

Cabral atribuiu a alta ao aumento da circulação de pessoas pelo Estado: “Vemos aumento do movimento das pessoas nas ruas e isso, natural e infelizmente, acaba fazendo com que os índices da Covid-19 aumentem. Observamos também que isso acaba ocasionando outros problemas que também necessitam de leitos de UTI”.

Em pronunciamento nesta semana, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo) disse temer “estrangulamento” do sistema de saúde mineiro em um mês.

Matéria retirada do portal O Tempo