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Pesquisadores da UFJF detectam variantes do novo coronavírus em Juiz de Fora

As cepas encontradas foram a britânica e a brasileira em testes positivos registrados na cidade no mês de fevereiro.

Publicado por: , em 18/03/2021 - Categoria: ZONA DA MATA

Tempo de leitura: 4 minutos

Variantes do novo coronavírus foram detectadas em laboratório da UFJF em Juiz de Fora — Foto: Ester Vallim/G1

Exames realizados por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) detectaram na noite desta quarta-feira (17) variantes do novo coronavírus em Juiz de Fora.

De acordo com a apuração da TV Integração, o experimento foi preliminar de genotipagem do coronavírus e foram feitas análises de amostras genéticas do vírus. As variantes encontradas foram a britânica e a brasileira.

A análise foi feita no Cento de Estudos em Microbiologia da UFJF e o pesquisador Cláudio Galuppo Diniz confirmou a presença das mutações nos exames avaliados.

“Hoje nós fizemos um experimento preliminar e agora nós vamos acertar as condições experimentais, mas a gente já pode dizer que detectamos amostras relacionadas à linhagem amazônica e a variante do Reino Unido aqui na cidade”, afirmou.

Para realização do experimento foram escolhidas de forma aleatória cinco amostras de casos positivos de coronavírus registrados durante o mês de fevereiro, durante o pico da Covid-19.

O pesquisador destacou ainda que a confirmação das novas variantes em circulação na cidade serve para orientar novas políticas públicas de gestão da pandemia.

“A gestão de saúde pública do município e da região, tendo a informação de que nós temos essas novas variantes em circulação, terão essa ajuda para tomada de decisões, seja de fechamento, de contenção, entre outras”.

Cláudio Galuppo alertou ainda que como as variantes têm mais capacidade de infecção, os cidadãos devem tomar mais cuidados e os dados vão acrescentar também em estudos sobre o processo de disseminação.

“Já se sabe na literatura que essa linha amazônica tem a capacidade de disseminação muito maior. Então se nós temos essa variante em circulação na região, isso pode indicar ou ajudar a entender o comportamento da pandemia em Juiz de Fora”, completou.

Os pesquisadores ainda vão realizar mais testes para confirmar o achado destas linhagens.

Variante britânica

Uma pesquisa publicada na segunda-feira (15) na revista científica “Nature”, uma das mais importantes do mundo, sugere que pacientes infectados com a variante britânica do coronavírus, a B.1.1.7, têm risco de morrer de Covid 61% maior do que aqueles infectados com outras variantes do vírus.

A variante B.1.1.7 apresenta 17 mutações, algumas delas na área responsável por codificar a espícula, a estrutura que permite o coronavírus invadir as células do corpo humano — Foto: Matejmo/Getty Images via BBC

Os pesquisadores acrescentam que as estimativas “refletem um aumento substancial” no risco absoluto de morrer entre grupos de idade mais avançada. Para aqueles com menos de 70 anos, o risco de morte continuou abaixo de 1% em todos os grupos, mesmo com a variante B.1.1.7.

Pesquisas anteriores já apontavam que a variante britânica era mais transmissível, mas a relação dela com um maior risco de morte ainda não está totalmente clara.

Variante brasileira

A variante brasileira do coronavírus, que provavelmente emergiu em Manaus no fim de 2020, pode driblar o sistema imune de indivíduos já infectados pela Covid-19 e causar uma nova infecção, de acordo com uma nova pesquisa divulgada no início deste mês. Além disso, pode ser até 2,2 vezes mais transmissível do que as outras variantes do vírus.

Na imagem acima, quanto menor a quantidade das bolinhas no eixo vertical, maior é a carga viral dos pacientes: — Foto: Reprodução/Twitter Tiago Gräf

Um estudo feito por pesquisadores da Fiocruz aponta que adultos infectados pela variante brasileira P.1 do coronavírus têm uma carga viral – quantidade de vírus no corpo – dez vezes maior do que adultos infectados por outras “versões” do vírus. Uma maior carga viral contribui para que a variante se espalhe mais rápido.

A P.1 já vem sendo apontada por vários pesquisadores ao redor do mundo como mais transmissível, por causa de mutações que ela sofre na região que o vírus usa para infectar as células humanas.

Matéria replicada do portal: G1 Zona da Mata e MG2