Publicado por: Revista Fato, em 02/06/2021 - Categoria: CIDADE
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Um servidor público foi denunciado por tráfico de drogas e produção de maconha em larga escala em Ubá. Em imóvel ligado ao engenheiro ambiental foram encontradas e apreendidas aproximadamente 200 unidades do vegetal durante a Operação “Nematóide II”, em outubro do ano passado.
A operação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional da Zona da Mata, em conjunto com as polícias Militar (PM) e Civil.
A ação foi desencadeada na zona rural de Ubá e no imóvel alugado pelo servidor foi encontrado um sofisticado centro de armazenamento, cultivo e produção de cannabis sativa. O local apresentava um contexto altamente profissional para o tráfico de drogas.
Segundo o promotor de Justiça, Breno Costa da Silva Coelho, da unidade de Visconde do Rio Branco do Gaeco Zona da Mata, o servidor usava os conhecimentos que tem para cultivar a droga.
“Há elementos que provam que o servidor público denunciado, que é engenheiro agrônomo, se valia de seus conhecimentos técnicos para cultivar e produzir a droga ‘maconha’ em larga escala, num contexto estruturado e profissional”, revelou.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), além das plantas também foram apreendidos diversos materiais voltados à preparação e à produção das substâncias proibidas, como dois aparelhos de ar condicionado, esquema de irrigação e de iluminação para as plantas, inclusive com lâmpadas próprias, balança de precisão, prensa artesanal hidráulica de madeira e metal e fita adesiva.
O MPMG denunciou o servidor público pela prática dos crimes de tráfico de drogas e de maquinário para fabricação de drogas e pela posse irregular de munições de arma de fogo. Ele não estava no local no momento da operação, portanto, não foi preso e é considerado foragido.
A primeira fase da operação foi realizada no dia 31 de outubro de 2018 para combater a atuação de uma associação criminosa estruturada para facilitar a concessão de licenças ambientais no âmbito da Supram Zona da Mata, vinculada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad).
Já a segunda fase, ocorreu em 29 de outubro do ano passado e foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Pomba, Belo Horizonte, Urucânia e Divinésia. Nas ações foram apreendidas mais de 200 pés de maconha, sementes da planta, certa quantidade colhida e munições de calibre .44.
Na ocasião foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária, incluindo de dois servidores da Supram, e outros nove de busca e apreensão em Ubá, Cataguases e Viçosa.
Segundo o MPMG, as provas obtidas em procedimento investigatório criminal demonstraram que agentes públicos, advogados e consultores associaram-se para favorecer empresas e empreendedores na concessão de autorizações e licenças ambientais.
O nome “Nematoide” refere-se a uma praga que fica escondida nas raízes das plantas, de forma a sugar os nutrientes e intoxicar as células dele, o que pode levá-las à morte.
Matéria replicada do portal: G1 Zona da Mata