Publicado por: Ana Paula Rocha, em 04/09/2020 - Categoria: MUNDO
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Um grupo de pacientes que participou de um estudo preliminar com a vacina russa contra o coronavírus desenvolveu uma resposta imunológica sem efeitos colaterais graves – publicou a revista The Lancet nesta sexta-feira (4).
Esses resultados não provam, contudo, que a vacina, batizada de Sputnik V, protege efetivamente contra a infecção por covid-19, já que outros estudos de maior envergadura são necessários, disseram vários especialistas.
Em 11 de agosto, as autoridades russas anunciaram que sua vacina entrava na terceira e última fase dos ensaios clínicos. Moscou disse, porém, que não esperaria os resultados deste estudo, do qual “milhares de pessoas participam”, porque sua intenção era homologá-la em setembro.
O anúncio foi recebido com ceticismo por muitos pesquisadores e por alguns países, como a Alemanha, que duvidaram de sua eficácia e segurança, principalmente pela falta de dados públicos sobre os testes realizados até o momento.
O presidente Vladimir Putin também afirmou que a vacina garantiu “imunidade de longa duração” contra o novo coronavírus.
A Sputnik V consiste em dois componentes diferentes, administrados em duas injeções com intervalo de três semanas, relata o estudo publicado na revista médica The Lancet.
É uma vacina de “vetor viral”: usa dois adenovírus humanos (uma família muito comum de vírus) transformados e adaptados para combater a covid-19.
A publicação se baseia em dois pequenos estudos, conduzidos com duas formulações diferentes da Sputnik V, entre 76 voluntários adultos saudáveis.
Ambos concluíram que nenhum dos dois componentes da vacina causou “efeitos indesejáveis graves” e que sua administração sucessiva “gera a produção de anticorpos”.
Eles foram realizados entre 18 de junho e 3 de agosto por pesquisadores dos Ministérios russos da Saúde e da Defesa e financiados pelo primeiro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 176 projetos de vacinas em andamento no mundo, com 34 em fase de ensaio clínico. Isso significa que já começaram a ser testados em humanos. Destes, oito estão na fase três, os mais avançados.
Matéria replicada do portal O Tempo